A matéria pretende acrescentar no decreto que reorganiza as polícias militares e os corpos de bombeiros, de 1969, um artigo que vai assegurar aos PMs permissão para acessar todos os sistemas de informações sobre cidadãos, mas respeitando, segundo o deputado, os direitos à vida privada. Entre os bancos de dados estão listados o de identificação civil, de identificação eleitoral e de Cadastro de Pessoa Física (CPF).
O parlamentar argumenta na justificativa do texto que, entre outros pontos, as funções da classe incluem o policiamento ostensivo e a atuação de maneira preventiva e ostensiva. “O que todas essas missões têm em comum como requisito para o seu cumprimento? A necessidade de informações”, diz Fraga. Ainda segundo ele, a população brasileira cresceu nos últimos 30 anos, mas os efetivos das polícias militares não acompanharam esse crescimento.
Por isso, o político afirma que a permissão para usar esse tipo de tecnologia é importante para que os policiais possam desempenhar suas funções “nesse cenário desfavorável”. “Não é segredo que uma das estratégias dos criminosos é confundir a polícia na hora de sua identificação. Criminoso não anda com identidade no bolso”, justifica. O democrata ainda acrescenta a necessidade de os PMs terem acesso a um sistema de dados biométricos, como de identificação eleitoral.
A proposição foi aprovada pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara e tramita em caráter conclusivo na CCJ. Isso significa que, se aprovada pelo colegiado, não precisa de apreciação no plenário da Casa e segue direto para o Senado. Escolhido relator da matéria na CCJ, Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA) já preparou o parecer do projeto.
Ele apontou a constitucionalidade da proposta, mas apresentou um relatório sugerindo mudanças na redação original. No entendimento do político, o termo “fica assegurado o acesso irrestrito pelos integrantes das polícias militares” deixa margem ao “entendimento de que, dessa forma, todo e qualquer policial militar está autorizado” a ter acesso às informações.
Diante disso, Pereira Júnior suprimiu a palavra “irrestrito” do texto e incluiu que os sistemas devem ser definidos por regulamento. Apesar dessas sugestões, o relatório ainda permite o acesso irrestrito dos dados por parte de policiais da inteligência militar. O parecer ainda não tem previsão de ser votado na CCJ. (Fransciny Alves)
O Tempo
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