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quarta-feira, 13 de junho de 2018
Na cadeia desde a última sexta-feira, deputado Cabo Júlio diz que pensou em se matar
O deputado Cabo Júlio, preso desde a última sexta-feira em uma sala especial no Corpo de Bombeiros, confidenciou a colegas de Parlamento que pensou em se matar, só não o fez porque pensou no filho mais novo. A revelação e explicações sobre a situação jurídica constam em uma carta escrita do cárcere para os colegas. Endereçada aos deputados e deputadas, acarta contém ainda um pedido de desculpas. Cabo Júlio foi condenado por duas vezes no escândalo conhecido como Máfia dos Sanguessugas. As penas fora estabelecidas em seis anos e quatro anos de reclusão. A defesa conseguiu incluir o deputado no regime semiaberto.
“Escrevo esta carta, do cárcere, na madrugada de sexta para sábado. Inicialmente, peço perdão a todos pelo constrangimento de tal momento acontecer no cargo de deputado estadual. Quem convive comigo sabe que não sou bandido, não sou desonesto e procuro tratar todo mundo com respeito. Vivo exclusivamente para a minha família e para minha célula de oração”, diz o deputado.
Ele ainda conta que passa pelo pior momento da vida. “Este é o pior momento da minha vida. Os jornais foram informados antes de mim da execução provisória da minha pena. Quando soube, me apresentei imediatamente. É desesperador. Tive vontade de me matar”continua. “Lá no fundo do meu coração, eu acredito que Deus não desistiu de mim. No meio do caos, da angústia e do desespero, eu creio que posso voltar ao primeiro amor da minha fé”, afirmou.
ENTENDA O CASO
A Máfia dos Sanguessugas apurou irregularidades envolvendo o empresário Luiz Vedoin na compra de ambulâncias destinadas a municípios, por meio de emendas parlamentares. Cabo Júlio nega o recebimento de propina do empresário. “Esse empresário me doou, de junho a novembro de 2012, R$112.000,00 (cento e doze mil reais) para a campanha, depositados na minha conta-salário pessoal no Banco do Brasil. Alguém envolvido em propina recebe valor em sua conta-salário? Seu interesse em minha reeleição era continuar a ganhar licitações na área da saúde. Quatro anos depois, esse mesmo empresário foi preso e todos os parlamentares que receberam recursos de sua empresa foram processados. Eu nunca tive, enquanto deputado federal, um único prefeito. O critério escolhido para destinar a emenda de ambulância era ter um vereador da Polícia Militar”, alega na carta.
Mesmo assim, o deputado diz não discordar da Justiça, mas reclama da extensão da pena. “Enfim, estou nas mãos de Deus e da Justiça. Tudo isso me leva a uma reflexão que muitos não vão entender: pecado tem nome e tem consequências. Não acho que a Justiça tenha sido injusta, mas talvez, desproporcional, devido ao momento que vivemos. Um dos processos está prescrito e estou preso. Isso é matéria de Direito e deveria ser reconhecido de ofício pelo juiz. Por fim, obrigado a todos pela misericórdia a mim dirigida. Em especial, obrigado ao Corpo de Bombeiros pela imensa misericórdia. Está doendo muito. O desespero e a dor são muito grandes. Mas vai passar. Eu imploro para que protejam e orem pelos meus filhos e por minha esposa. Não deixem os adversários explorarem e perseguirem minha família”finaliza.
Fonte: Jornal Hoje Em Dia
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