Mais um secretário estadual desmentiu uma informação dada pelo próprio governo de Minas Gerais de que, nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, o Executivo apresentou um superávit de R$ 4 bilhões. Em entrevista, na manhã desta quarta-feira (20), o chefe da pasta de Planejamento e Gestão, Otto Levy, afirmou que não há superávit e que foi um mal-entendido. O secretário esteve nesta manhã na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para participar de uma audiência pública que trata sobre a proposta da reforma administrativa, de autoria do governador Romeu Zema (Novo).
"Não tem um superávit. Aquilo foi um mal-entendido. Foi uma questão técnica que existiu que foi uma redução de gastos que em relação ao custeio melhorou em R$ 4 bilhões, mas no custeio não entra conta de pessoal. Só para você ter uma ideia, o gasto de pessoal em um mês é de R$ 3,5 bilhões, em dois meses é R$ 7 bilhões. Então, de novo, a gente teve nos dois primeiros meses um déficit de R$ 2 bilhões", afirmou Otto.
No último dia 13, o secretário de governo, Custódio Mattos, já havia dito que não existia superávit. “É um mal-entendido técnico. O Estado está tendo um déficit. A diferença de receita e despesa mensal neste momento é de R$ 1 bilhão, gasta mais um R$ 1 bilhão do que arrecada. Tem uma dívida acumulada de curto prazo de quase R$ 40 bilhões. Não há superávit nenhum. Isso é um erro de comunicação técnica que será devidamente apurado. Eu estou sabendo disso neste momento por você e vou verificar”, declarou à época.
Esse foi o mesmo entendimento do líder do governo na Assembleia, o deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB). "O governo tem anunciado e foi bastante divulgado pela própria equipe de publicação, mas o próprio governo, eu conversei muito com o Custódio Mattos, até mesmo com Otto, pode dizer que você não pode considerar esses R$ 4 bilhões como um superávit na receita de janeiro", declarou nesta quarta-feira.
Na última terça-feira (12), a Agência Minas, portal do governo do Estado, divulgou o superávit de R$ 4 bilhões no primeiro bimestre, pontuando que dos R$ 17,1 bilhões arrecadados nesse período, foram comprometidos R$ 13,1 bilhões com as despesas do período. O Executivo ainda fez questão de ressaltar em seu site que o índice foi 48,1% maior se comparado ao mesmo período de 2018.
A reportagem da Agência Minas foi uma resposta a um comentário do editor de Política Ricardo Corrêa na coluna Política em Análise, da rádio Super Notícia FM e do portal O Tempo. Na ocasião, ele apontou aumento da despesa do governo no período. Para rebater essa informação, o governo divulgou que teve superávit entre janeiro e fevereiro.
Silêncio
Desde o último dia 13, a reportagem questiona o governo sobre o motivo da divergência de versões e se há um superávit de R$ 4 bilhões. Contudo, até agora a assessoria de imprensa não respondeu a demanda.
Fonte O Tempo
Nenhum comentário:
Postar um comentário