Partidos que estiveram nas gestões tucanas e flertavam com Pacheco e Lacerda aguardam definição
A chegada do senador Antonio Anastasia (PSDB) para a disputa ao governo de Minas Gerais nas eleições deste ano embaralhou alianças políticas que estavam sendo construídas por outros dois nomes do pleito: o deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM) e o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB). Os três concorrentes ao comando do Estado negociam com siglas que fazem parte do campo de oposição ao governador Fernando Pimentel (PT).
Entre as legendas cobiçadas o tom é de cautela. Por mais que a maioria delas esteja predisposta a fechar um acordo com Anastasia, a falta de uma oficialização da candidatura por parte do tucano leva os caciques a não abortar as negociações com os outros nomes. Somam-se a isso outros dois fatores: a forma como o senador Aécio Neves (PSDB) pode atrapalhar aqueles que se vinculam a ele e a dúvida sobre se a chapa proporcional vai beneficiar todas as agremiações.
No PSD já era dado como certo que seria construída uma chapa com Lacerda, indicando um vice. Mas uma jogada da cúpula nacional da legenda, encabeçada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, bagunçou o tabuleiro. Nos bastidores, a versão é que ele fechou com o PSDB de designar o nome do deputado federal Marcos Montes para vice da chapa tucana.
Com a ida de Anastasia para a disputa, Alexandre Silveira, do PSD, é quem assume a cadeira dele no Senado. “É muito preliminar tomar essa decisão. Dos deputados do partido, somente Montes quer se juntar a Anastasia. Infelizmente, essa escolha é feita nacionalmente, mas o momento é de espera”, queixou-se um correligionário. Aliados de Pimentel também estavam conversando com dirigentes da sigla, mas as negociações não avançaram.
Pacheco, na segunda-feira (19), disse que Avante, PMB, PEN e PP demonstraram apoio a sua pré-candidatura. Pessoas próximas do democrata afirmam que ele também tenta atrair PR e PPS. Mas a avaliação de interlocutores é que este último partido vai caminhar com Anastasia, principalmente por causa da ida do ex-governador Alberto Pinto Coelho para a sigla. É dito ainda que o PTB, cujas lideranças negociam com o ex-prefeito da capital, também se colocou à disposição de Anastasia.
A chegada do parlamentar fez com que o PSDB retomasse o papel de protagonista no processo eleitoral, e há quem diga que isso pode isolar os nomes de Lacerda e Pacheco, forçando-os a desistir do pleito. Publicamente, os dois negaram essa possibilidade, e aliados de ambos dizem que as articulações com todas as agremiações continuam.
A avaliação de caciques de siglas cobiçadas, no entanto, é que ninguém vai se retirar da eleição até que Anastasia volte de uma viagem internacional, no início de abril, e diga publicamente aos mineiros que será candidato. “Estamos esperando ele bater o martelo, e creio que essa também é a avaliação dos outros candidatos, principalmente Pacheco”, disse uma fonte do PTB.
“Vamos construir uma unidade”
O presidente do PSDB em Minas, o deputado federal Domingos Sávio, disse nesta terça (20) que o senador Antonio Anastasia ainda não disse publicamente que vai ser candidato ao Palácio da Liberdade porque quer conversar com todos os aliados: “Ele quer fazer uma grande aliança para ganhar e dar sustentação à candidatura ao governo”.
Segundo o tucano, na terça-feira ele almoçou com Anastasia e o presidente estadual do DEM, Carlos Melles. “Eu e o senador saímos com a impressão de que vamos construir uma unidade. E que os partidos estão ansiosos para se ter novamente essa aliança”, declarou.
O presidente do PSDB também afirmou que o pleito poderá ter dois candidatos do mesmo campo, de oposição a Fernando Pimentel (PT), mas que estarão unidos no segundo turno. Ele ainda disse que conversas com todas as siglas estão em andamento, inclusive com aquelas que em Minas são próximas do petista, como PSD e PV.
Resposta
Apoio. Por meio de nota, a assessoria de Anastasia disse que, se a candidatura dele se confirmar, em momento oportuno, as siglas que integrarem o arco de apoio vão sugerir a composição da chapa.
Lacerda
Articulações. Uma fonte próxima do ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) disse que ele está tranquilo em relação à formação da chapa ao governo de Minas. Hoje, PRTB e PDT já estariam com ele. Além disso, estão sendo mantidas conversas com PSD e PTB, que estão propensos a se juntar ao senador Antonio Anastasia.
Planalto. O PDT também é sondado pelos petistas. Mas aliados de Lacerda afirmam que o presidenciável da legenda, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes, já garantiu que vai caminhar com o ex-prefeito. O presidente estadual do PDT, o deputado federal Mário Heringer, disse que a sigla conversa com o socialista, mas que não há nada definido. “O nosso principal objetivo é apoiar um nome que dê apoio ao Ciro”, explicou.
Fonte O Tempo
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