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sexta-feira, 23 de março de 2018

Com Anastásia pré-candidato, Pimentel volta a cogitar Senado

Petista pode renunciar ao governo e disputar outro cargo majoritário para manter o foro privilegiado
As recentes mudanças no panorama eleitoral de Minas, como a entrada do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) na disputa para o governo de Minas em outubro, teriam alterado, também, o planejamento do atual governador, Fernando Pimentel (PT). Segundo interlocutores ligados às negociações partidárias, a possibilidade de o petista renunciar ao comando do Estado para, em outubro, concorrer a uma cadeira no Senado voltou a ganhar força. O Aparte adiantou esse cenário, em janeiro, mas o rumor voltou à tona nos últimos dias. O vice-governador Antônio Andrade (MDB), desafeto de Pimentel, também renunciaria ao cargo para tentar uma vaga na Câmara Federal.

Os dois chefes do Executivo mineiro teriam a mesma motivação para renunciar: a possibilidade de concorrer a um cargo com maior chance de êxito nas eleições. Na avaliação interna, tanto Pimentel quanto Andrade necessitam do foro privilegiado garantido por lei aos mandatos políticos por conta das investigações em que são alvos.

“A grande intenção do Toninho Andrade era, na verdade, tentar o Senado. Mas, a partir de ruptura com o Pimentel, ele não confia no PT e teme que, em caso de uma candidatura com alvos maiores, o partido tentaria prejudica-lo”, diz um emedebista envolvido no processo de definição de chapa.

Nesse cenário, já estudado por lideranças mineiras desde o fim de 2017, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) precisaria convocar uma eleição indireta, onde os próprios deputados estaduais escolheriam o novo chefe do Executivo. No plano de Pimentel, o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes (MDB) seria o escolhido pelos pares. Lopes concluiria o mandato e tentaria a reeleição.

Apesar de ter ganhado força nos últimos dias, o cenário ainda não é definitivo. Pimentel ainda teria dúvidas sobre a manobra. Caso o governador resolva realmente disputar a reeleição ao governo, o acordo que vem sendo costurado entre os partidos é de que Lopes seguiria como um dos candidatos ao Senado apoiados pelo PT. Outro nome emedebista que pode figurar como candidato à Casa superior é Felipe Piló, vice-presidente da Empresa Mineira de Comunicação (EMC).

“O Adalclever é uma figura de confiança do Pimentel, ele se mostrou um cara sério e leal durante todo o momento enquanto presidente da ALMG”, relata, em anonimato, um parlamentar que também vê no presidente do Legislativo uma vantagem. “Essa eleição é uma grande disputa pela garantia do foro privilegiado, está todo mundo doido com isso. O Adalclever não, ele não tem problemas na Justiça. Ou seja, em caso de derrota, não seria uma questão de vida e morte”, analisa o parlamentar.

Rompido com Pimentel desde 2016, Andrade seria peça fundamental para que o cenário se concretizasse. No entanto, há questionamentos se ele realmente renunciaria ao cargo mesmo temendo a perda do foro privilegiado.

Pela legislação eleitoral, Andrade não necessitaria renunciar ao cargo de vice-governador para se candidatar à Câmara Federal, desde que não assuma a função de governador seis meses antes da eleição. Caso assumisse o governo, o vice poderia disputar uma arriscada reeleição.

Na mira. Fernando Pimentel é denunciado por irregularidades investigadas na operação Acrônimo, da PF, enquanto Antônio Andrade foi citado por delatores da operação Lava Jato.

“Esse é um cenário impossível de acontecer”, diz líder

Questionado sobre a possibilidade de Fernando Pimentel renunciar e disputar o Senado, o líder do governo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Durval Ângelo (PT), negou veementemente.

“Esse é um cenário de pintura surrealista, uma coisa impossível de acontecer. O governador sabe muito bem que tem que ser candidato à reeleição. E uma disputa com Anastasia seria a melhor coisa para o Pimentel, visto que Anastasia terá que se explicar tanto, por que ele não é um clone do Aécio, que perderá tanto tempo explicando Aécio que não conseguirá apresentar propostas”, argumenta o petista.

Durval Ângelo cita que, nesse cenário, não haveria garantias de que Andrade renunciaria após Pimentel. “Quem garante que ele sairia depois? Não há conversas sobre isso”, afirma, antes de concluir alfinetando o PSDB: “Essas conversas são vazadas do partido das viúvas do Aécio, que estão com medo de perder novamente. E vão perder com diferença maior do que foi na eleição de 2014”.

A assessoria de imprensa do vice-governador Antônio Andrade também negou a possibilidade de renúncia do cargo. Em nota, a equipe do emedebista também afirmou que Andrade não se preocupa em garantir foro privilegiado, uma vez que “não há sequer uma denúncia envolvendo seu nome durante os 29 anos de vida pública, sempre pautada pela transparência e pela lisura”.


SAÍDA DARIA CHANCE A PRIMEIRA-DAMA
Casal em campanha. A primeira-dama de Minas, Carolina Pimentel, também tem dado sinais de que pode aparecer nas urnas, já que tem viajado mais pelo interior do Estado e comparecido com mais frequência em cerimônias oficiais. Ela é colocada por vários interlocutores como pré-candidata a deputada federal pelo PT. A intenção da candidatura também seria a busca pelo foro privilegiado, uma vez que também é investigada pela operação Acrônimo, da Polícia Federal.

Exigência. Conforme legislação federal, para que a primeira-dama possa disputar um cargo na Câmara dos Deputados, Pimentel teria que, de fato, renunciar ao cargo de governador do Estado.


Piló espera concorrer ao Senado
Em conversa com a reportagem, o vice-presidente da Empresa Mineira de Comunicação (EMC), Felipe Piló, que ainda articula uma candidatura para o Senado pelo MDB, disse desconhecer o atual cenário envolvendo o governador Fernando Pimentel (PT) e o presidente da ALMG, Adalclever Lopes (MDB).

“Continuo com a intenção de me candidatar ao Senado, até por acreditar que a população busca nomes jovens para essa disputa”, conta. Caso a sigla decida por lançá-lo, Piló precisa deixar a função na EMC até o próximo dia 7 de abril.

O Tempo

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