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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O Rock in Rio canta enquanto a Rocinha pega fogo

Há quase 2000 anos, durante o império de Nero, ocorreu um gigantesco incêndio em Roma que destruiu boa parte da cidade. Existem várias versões para a causa desse incêndio, poderia ter sido um acidente ou o próprio Nero poderia ter colocado fogo na cidade. Todas as versões vêm acompanhadas de um fato peculiar: enquanto Roma era destruída pelo incêndio, Nero teria apanhado sua lira e começado a tocar e cantar enquanto contemplava as chamas.

Muito embora possivelmente Nero não tenha realmente feito isso na Roma do século I, algo semelhante, e dessa vez real, acontece no Rio de Janeiro de 2017. Enquanto policiais e militares das Forças Armadas enfrentam facções de criminosos com armamento bélico na Rocinha, milhares de pessoas se amontoam no Rock in Rio para cantar ao som do Jota Quest e Bon Jovi.

Seria apenas mais uma das cenas distópicas e simbólicas do Brasil, já acostumado e insensível às barbaridades praticadas por marginais, se não fosse por algo peculiar: durante o show da banda Jota Quest, o vocalista Rogério Flausino decidiu se manifestar sobre o confronto na Rocinha e pediu um “abraço da paz” entre os 100 mil presentes. Após o abraço, e depois dos aplausos, Rogério emendou “Ninguém aqui está satisfeito com o que está acontecendo com nosso País, com o que está acontecendo hoje no Rio de Janeiro. Queremos mandar um abraço para todo mundo da comunidade. Essa violência não é o Brasil.”

Sim, essa violência é o Brasil, e continuará sendo enquanto não abandonarmos o politicamente correto e esse tipo de discurso improdutivo.  É incrível como se pondera o inaceitável sob o rótulo subjetivo da “violência”. Culpa-se a violência ao invés de culpar-se os marginais. E pela violência todos seriam culpados, policiais e bandidos, bons e maus, heróis e vilões. Apenas um abraço seria capaz de fazer aquilo que bravos homens tentam fazer com coragem e munição 5.56.

O Brasil definitivamente escolheu os heróis errados. O Rock in Rio canta enquanto a Rocinha pega fogo.

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